23 de mai. de 2010

No mundo dos gays

Nascemos e crescemos em um mundo que já foi idealizado: seja por sua família, ou por um grupo de pessoas que acham algumas posturas mais adquadas que outras - sociedade.
Independente de quem tu é, você cresce, aprende que nem tudo que foi idealizado deve ser seguido, que muita coisa dessa utopia não te agrada. E então assim você desenvolve conceitos sobre tudo, e é aí que você forma opiniões e começa a ser uma pessoa crítica.
Observe que isso definitivamente não acontece com todos, talvez por alguns serem acomodados, ou  porque eles simplesmente vêem uma razão plausível em querer que seu mundo continue conforme já fora idealizado, seja o motivo que for, eles estão de acordo com o que foi-lhes dito.

A aceitação
Quando percebemos que algo nessa idealização não nos agrada, o mais difícil é aceitar isso, pelo simples motivo que depois que tu aceita, tu te obriga a tomar alguma atitude quanto a isso. Você simplesmente não aceita e pronto, tudo continua normal. E não digo isso só em questão da sexualidade e sim em qualquer questão que tu te opõem à família ou à sociedade. Porém a questão da sexualidade é a contestação mais delicada.

Muitos de nós - gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transsexuais e transgêneros-, passam anos e anos tentando forçar o que de fato não são. Não só sua sexualidade, mas tudo, um gay não assumido, é uma personalidade deixada dentro do armário.
Independente de sua idade, sexo, credo, se depende financeiramente de outra pessoa ou não, a aceitação pessoal vai ser uma das mais complicadas, e possivelmente o processo mais longo entre os outros. 
Depois de se forçar de todas as maneiras com todos os argumentos possíveis que aquela idealização de sexualidade - dita por seus familiares e sua sociedade -, é a melhor para ti, no fim de algum dia você vai ter convicção de que existe algo forçado, ou algo faltando, e então vai revisar todas tuas opiniões sobre quem tu é, e isso resulta na tua aceitação.
Eu costumo achar esse processo um dos mais difícil porque é nele que tu faz tudo que não quer fazer, tu não é sincero contigo, tu ignora o que tu realmente quer e o que tu sente.
É o mais difícil porque tu encara tudo isso sozinho, não conversa sobre, mesmo que tenha alguém com quem conversar, você não vai conversar porque ainda não se aceitou. 

 A aceitação familiar
Quando você resolve se assumir para a família, esse é o segundo processo mais difícil, só não é tão pior quanto o que tu se obrigou a fazer antes de se aceitar.
Ao menos quando tu te assume para a família, mesmo que ela aja da pior maneira: te renegue e ponha para fora da casa; ao menos você vai estar sendo sincero contigo mesmo. Vai estar "lutando" por algo que acredita, defende e por quem tu é.

Esse processo de se assumir para a família geralmente é feito depois de pensar em todas as possibilidades do que vai acontecer. Nunca deve ser feito de maneira precipitada e se tu acha que não está pronto para encarar seja o que for que tiver por vir.

Família em negação:
Existem famílias que simplesmente ignoram o que tu falou, não tocando no assunto e não te repreendendo de nenhuma forma. Nesse caso a família não aceitou, ela está em fase de negação, porém sem contestar verbalmente o que tu disse. É entre todas as reações familiares a melhor. Nunca espere que sua família aceite de cara, a probabilidade disso acontecer é quase nula. 

Família contestante:
Essa é a família que vai tentar te provar ao contrário - de que você é um heterossexual-, ela vai tentar argumentar contigo sempre, vai achar vários motivos para te provar que você não gay.
Sabe aquelas histórias que a gente conta como se fosse algo heterossexual? Pois é, sua família vai lembrar de expor essa história, e então você vai passar pela vergonha de ter mentido desde o início e vai dizer: Ok família, essa pessoa era do meu sexo.
Mesmo com esse furo, essa família ela não desiste, ela possivelmente sempre terá esperanças de que um dia você chegue na casa deles com um parceiro do sexo oposto ao seu.
Veja bem, só porque a esperança existe não quer dizer que eles mais tarde não irão te aceitar como tu é.
A família contestante vai te repreender de alguma forma, seja verbalmente ao tentar argumentar contigo de que você é heterossexual. Alguma coisa que antes tu tinha é possível que eles te tirem. Essa é a forma desesperada que essa família encontra para tentar argumentar contigo.

Se você não estiver preparado para que tudo seja cortado, talvez párar de falar com seus familiares por algum tempo, se não tiver ninguém com quem conversar, se não tiver certeza, se acha que não vai agüentar de alguma maneira. Então não tem porquê contar exatamente agora, talvez daqui a um mês tu já te sinta mais preparado para qualquer coisa que vier.
A família ela pode ser bem egoísta de certo modo, se prepare pro pior, porque se não vier o pior, você já vai ser bom.

Pré-conceito em geral
O pré-conceito contra homossexuais existem dos dois lados: do lado GLBTTT e do heterossexual.
 Um gay pode ter pré-conceito com transsexuais, e vice-versa, lésbicas podem ter pré-conceitos com transsexuais e assim por diante.
Dentro do GLBTTT existe muita diversidade, e isso pode gerar um pré-conceito entre nós. Mas cabe da percepção de cada um ver que ele é tão igual à ti. O pré-conceito entre homossexuais é mais raro, talvez porque logo você acaba conhecendo pessoas de todos os tipos e acaba vendo que o pré-conceito é nada mais do que o resto que sobrou daquela idealização pré-definida por alguém.

Na minha opinião pré-conceito de heterossexual com GLBTTT, nada mais é do que o medo.
Andei lendo um livro de um jornalista, e na parte de homossexualidade me deparo com esse trecho:
"Uma vez que derrubam o mito da diferença que separa os corretos dos gays, o homem heterossexual que visa a ser honesto consigo mesmo tem um novo medo a enfrentar: não o medo da diferença, mas o medo da semelhança." - Trecho do Livro: No mundo dos homens, pág 171.
Acho que ele traduziu exatamente como é, o heterossexual tem mais medo de ver a semelhança que existe entre ele e os homossexuais.Você ridiculariza o que tem medo de ser, porque assim tu te obriga a ser aquilo que tu acha que é o certo ser, sem ter que aceitar que é um fraco.
O pré-conceito contra qualquer um, é só o medo de ser igual, não existe nada que separe um heterossexual e um homossexual.
O nojo está em ver que alguém teve coragem de fazer aquilo que tu não faz. O nojo está em perceber que é exatamente isso que tu quer, mas em vez de fazer o que quer, você desencoraja os outros que estão bem, e os inveja. É essa a origem do nojo contra homossexuais, e não de ver duas pessoas do mesmo sexo sendo felizes.


21 de mai. de 2010

Skoob e Orangotag

É incrível o número de ferramentas online que temos para organizar nossas vidas de diversas maneiras.
Ontem eu estava olhando um "me adiciona" de uma amiga minha, e vi duas "Redes Sociais" focadas em
assuntos diferentes: uma delas em livros e a outra em seriados.

Achei que fosse mais uma rede qualquer, mas resolvi entrar para ver como era.

Skoob - "Rede Social de Livros".
Simplesmente ótima idéia. Ele foca em livros que já leu e deseja ler, ou apenas os livros que você possui.
Também disponibiliza amigos e seguidores, os seguidores recebem informações sobre as atualizações de
quem eles estão seguindo. Até aí me lembrou vagamente o Twitter.
Porém você busca pelos livros desejados e marca como: Lido, Lendo, Vou ler, Relendo ou Abandonei.
Fora isso também tem opções como: Tenho o livro, emprestei, desejado, troco e favorito.

Enquanto teu livro está na estante marcado como "Lendo", é possível cadastrar a página atual que está
no livro, mostrando uma porcentagem de quanto tu já leu do livro. Quando cadastra a página atual que
está lendo você pode votar e dar uma opinião parcial referente até aquela página cadastrada.

Fora isso é possível também escrever resenhas para o livro, dar opiniões, votar, cadastrar os livros que
você não achou, cadastrar edições diferentes do mesmo livro.
Acho muito útil para se ter um controle pessoal de quais livros você já leu, quais quer ler, e até mesmo
para confirmar aquela vaga sensação: eu tinha certeza que eu tinha aquele livro! Será que emprestei?
=)

O Skoob possui integração com o Twitter, quando você altera algum status, ou cadastra um livro como
lido, ou vou ler, ou quero ler, ele tweeta automaticamente na sua conta. O que particularmente eu não
gosto, mas sempre é bom ter as integrações entre ferramentas webs disponíveis.

Abaixo um rápido tutorial sobre o Skoob: Tutorial

Orangotag
Outra grande idéia: Uma "Rede Social" de seriados, nela você cadastra os seriados que acompanha
online ou na tv à cabo, depois de selecionar todos os seriados que você acompanha, é só ir até a
sub-página do seriado e ver a listagem de episódios de cada seriado. Os episódios são divididos pelas
temporadas que o seriado possuem, e ali você clica marcando como "já vi". E pronto, você sabe qual
foi o último episódio que já viu do seriado.

O Orangotag possui Amigos e mostra sugestões de pessoas que gostam dos mesmos seriados que você.
Fora isso na página inicial ele te avisa se tu está "muito atrasado" com algum seriado. Para isso ele se
basea no que tu já marcou como "visto".


Ambas "redes sociais" vêem com a mesma proposta em campos diferentes, é visível que o layout e a
estruturação do Skoob é muito superior ao do Orangotag, mas também cada um possui um público
alvo diferente, o que devemos levar em conta.
Os dois serviços são úteis não só para fazer amizades ou trocas de livro - como o Skoob disponibiliza-,
eles te ajudam a organizar tudo que você já viu / leu, e o ainda no que você está pendente.